segunda-feira, 22 de novembro de 2010

COMO ENTENDER O PECADO E O PECADOR

A cultura judaico-cristã nos ensina que somos pecadores e carecemos da graça e do perdão de Deus.
Comumente, há muita confusão entre o que é pecado e pecador.
Dizemos que aquele é pecador, ou o outro, e que há pecados maiores ou menores.
Se nos guiarmos pela Biblia, aprendemos que somos todos pecadores. Não há ninguém santo, nem um sequer. Nossa condição diante de Deus é de pecadores, não há nada mais que possamos fazer.
Isto significa dizer que, façamos o que fizermos, dizermos o que dissermos, estaremos sendo, fazendo e dizendo como pecadores. Deus no vê assim: Pecadores necessitando de perdão.
Estejamos onde estivermos, na Igreja, no circulo biblico, orando, estudando a Biblia, estamos em pecado, pois somos pecadores. Não podemos nos salvar a nós mesmos.
Mas então, como poderemos nos salvar? esta é a pergunta.

A OBRA DE CRISTO POR NÓS

Para podermos entender isto, conto uma pequena história.
Quando Deus criou o ser humano, e este o desobedeceu e foi expulso do paraíso, depois de certo tempo, Deus iniciou o processo de salvação do povo.
Então, ele enviou os juizes, profetas, pregadores. Alguns morreram, outros foram mortos, perseguidos, sofreram muito.
A certa altura, Deus então, percebeu que não havia mais ninguém para enviar, então chamou seu filho para conversar.
Estando a par da situação, o Filho se ofereceu para salvar o povo.
Veio então Jesus, que viveu entre nós.
Jesus então veio, foi morto e sepultado, e no terceiro dia ressuscitou.
Deus, então, agora olha para a humanidade com os olhos de Jesus. Jesus é o óculos de Deus.
Quando Deus olha a humanidade, ele enxerga pecadores, que merecem o castigo. Porém, quando Deus põe Jesus diante dos olhos,é como se ele pusesse um óculos.
Ele nos vê como pecadores, mas, através de Jesus, ele nos enxerga como santos, por causa da santidade de Jesus. É somente por Jesus que somos salvos.
Por isto, podemos nos despreocupar do pecado e pecar a vontade, pois é isto que sabemos fazer de verdade. Deus nos salva não pelo fato de pecarmos mais ou menos, pois para ele nós só sabemos pecar, pois somos pecadores.
Então, Deus nos salva apenas e só por intermédio de Cristo. Dos cristãos é pedido a fé. Ela é que nos santifica e salva através da vida e obra de Jesus. De nossa parte, não há Boa Obra. Não pode haver, pois nossas obras são obras de pecadores.
Por isto, não há pecado maior ou menor, nem pecador maior ou menor, nem aquele é mais santo do que este, nem mesmo que seja padre. Diante de Deus, somos todos iguais. Todos precisamos do amor e da compreensão de Deus para nos salvar.

sábado, 6 de novembro de 2010

DERRAMES CEREBRAIS

Os Derrames Cerebrais - Agora existe um 4º indicador : A língua


Derrame: memorize as três primeiras letras...S.T.R.

Só leva um instante ler isto...

Disse um neurologista que se levarem
uma vítima de derrame dentro das
primeiras três horas, ele pode reverter
os efeitos do derrame -totalmente.
Ele disse que o segredo é reconhecer o
derrame, diagnosticá-lo e receber o
tratamento médico correspondente,
dentro das três horas seguintes, o
que é difícil.

RECONHECENDO UM DERRAME

Muitas vezes, os sintomas de um derrame
são difíceis de identificar. Infelizmente,
nossa falta de atenção,torna-se desastrosa.
A vítima do derrame pode sofrer severa
consequência cerebral quando as pessoas
que o presenciaram falham em reconhecer
os sintomas de um derrame.

Agora, os médicos dizem que uma
testemunha qualquer pode reconhecer
um derrame fazendo à vítima estas três
simples preguntas:

S* (Smile) Peça-lhe que SORRIA.

T* (Talk) Peça-lhe que FALE ou
APENAS DIGA UMA FRASE SIMPLES. (com
coerência)
(ex : Hoje o dia está ensolarado)

R* (Rise your arms) Peça-lhe que levante AMBOS OS BRAÇOS.

Se ele ou ela têm algum problema em
realizar QUALQUER destas tarefas, chame
a emergência imediatamente e
descreva-lhe os sintomas,ou vão rápido
à clínica ou hospital.

Novo Sinal de derrame -
Ponha a língua fora.

NOTA: Outro sinal de derrame é este:
Peça à pessoa que ponha a língua para fora..
Se a língua estiver torcida e sair por um
lado ou por outro, é também sinal de
derrame.

Um cardiologista disse que qualquer
pessoa que reenvie este e-mail a pelo menos
10 pessoas; pode apostar que salvará
pelo menos uma vida ...
Não o considere uma corrente, mas sim,
algo que todos devemos saber.



Eu já cumpri a minha parte...
FAÇA-O VOCÊ AGORA.

COMO NOSSO CÉREBRO PROCESSA AS INFORMAÇÕES


-


VIVA SEM ROTINAS

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos.

Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio.... você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar:

Nosso cérebro é extremamente otimizado.

Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.

Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.

Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo.

É quando você se sente mais vivo.

Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e 'apagando' as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.

Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.

Como acontece?
Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa , no lugar de repetir realmente a experiência).

Ou seja, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa são apagados de sua noçãode passagem do tempo.

Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida.

Conforme envelhecemos as coisas começam a se repetir - as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações, -.... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo.

Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a...

ROTINA

A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M(Mude e Marque).

Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos.

Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.

Tenha filhos ou animais de estimação (eles destroem a rotina)
Sempre faça festas de aniversário e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).

Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais.

Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo.

Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.

Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes.

Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes.

Seja Diferente!

Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos.... em outras palavras... V-I-V-A. !!!

Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo.

E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí.

Cerque-se de amigos.

Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes e que gostam de comidas diferentes.

Enfim, acho que você já entendeu o recado,não é?

Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida.

ESCREVA em TAmaNhos diFeRenTese em CorES
difErEntEs!

CRIE, RECORTE, PINTE, RASGUE, MOLHE, DOBRE, PICOTE, INVENTE, REINVENTE...

V I V A !!!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

COMO LIDAMOS CONOSCO

O livre arbítrio e a providência divina

por Roberto Streppel

A Liberdade Humana
Muito se fala e se escreve sobre a liberdade humana em se escolher entre o Bem e o Mal. Crê-se que o ser humano possui livre-arbítrio e pode decidir livremente sobre sua vida e suas ações, e, mesmo, decidir-se sobre Deus. Contudo, creio ser necessário, antes de tudo, definir o que seja liberdade.
Livre é aquele que é autônomo, que pode tomar decisões por vontade própria. Liberdade absoluta, então, é poder tomar qualquer decisão e qualquer atitude em completa autonomia, sem qualquer interferência.

A Vontade
Ora, todo ato de vontade tem uma causa, e esta causa também terá sua causa, e isto ao infinito. Desta maneira, não se pode afirmar que o ser humano é completamente livre, mas todas as suas atitudes são causadas por alguma coisa, talvez inconsciente. Desta maneira, não se possui livre arbítrio no sentido de que possamos tomar decisões autônomas, aparentemente baseados na nossa pretensa liberdade de escolhas. Não podemos escolher alguma coisa, simplesmente porque não há o que escolher. Ou se pratica o Bem, ou o Mal. E, qualquer um que se vá escolher, faz-se esta escolha baseados em fatos anteriores, nem tão subjetivos, mas sim, encadeados. Isto não é escolha livre, pois é determinada por algo, torna-se uma causa necessária, pois cada vez que escolhemos algo, o fazemos para nosso próprio bem, por que vemos vantagens nesta escolha.
Pressupomos que a escolha do Bem é a que trás maiores vantagens, e por isto nos esforçamos para praticá-lo, como já o filósofo Platão ensinava a 25 séculos atrás, no seu livro “ A República”:
“ No limite do cognoscível é que se avista, a custo, a idéia do Bem, e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo. Que, no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; e que, no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública.”

A Providência Divina
Por outro lado, se se confia na Providência Divina, então, também se abre mão desta pretensa escolha, pois então se espera que a Providência Divina vá tomar alguma atitude em nossa vida.
Ora, se somos livres, como a Providência pode tomar conta de nós? E, se ela toma conta de nós, e em nossas atitudes interfere, como podemos ser livres? Por outro lado, como a Providência irá escolher o momento de interferir e cuidar de alguém? Quais os critérios? Pois, ao tomar conta de nós, ela interfere em nossa liberdade, limitando-a. Liberdade limitada não é liberdade, mas arremedo da mesma.
No livro de Gênesis nós lemos que Deus, após ter terminado sua obra, descansou, isto é, parou de atuar. Segue-se daí que a criação, uma vez completa segue seu curso em Deus, mas sem atuação dele. Ou seja, uma criação completa e adulta agora segue seu curso de maneira autônoma.
Deus confia que sua obra está completa e por isto, descansa, isto é, não interfere mais na sua obra, deixa-a seguir seu curso, como um pai que, tendo criado e educado seu filho, agora que ele é adulto, libera-o para viver sua vida adulta.

Nossas atitudes
Quando somos adultos, não deixamos de amar e honrar nossos pais, mas, mesmo assim, tomamos nossas próprias decisões, decisões estas baseadas em nossa experiência anterior e naquilo que absorvemos dos ensinamentos que recebemos. Nossos pais, ao considerarem sua obra completa, não deixam de nos amar, mas mesmo assim, abstêm-se de interferir em nossa vida. Assim também é em nossa relação com Deus. Seguimos nossa vida vivendo o melhor que podemos, contando com nossa coragem e nossa determinação, que é falha e é relativa, pois sempre podemos buscar uma causa para explicar nossas atitudes.
Então, nossas atitudes não são livres, pois são tomadas com base em determinados critérios, assim, como também Deus não está tomando conta de nós, pois está em descanso, pois confia naquilo que fez. Assim, apuramos nossas atitudes por nossas experiências em nossa vida e em nossas lembranças que vem de nosso inconsciente e que herdamos de nossos antepassados.
Em outras palavras, somos, cada qual, um sistema completo, preparado para a vida na terra, com todas as vicissitudes. Contudo, não somos livres, pois tomamos nossas atitudes e baseamos nossas escolhas baseados em experiências e causas. Ou, seja, toda e qualquer vontade nossa tem um porque.
Por isto, também não contamos com a Providência Divina, pois Deus descansa por considerar sua obra completa. Somos responsáveis por nossos atos diante de nós mesmos, que somos, afinal, a quem devemos prestar contas. Devemos aprender a ter a coragem de asssumir a responsabilidade por nossos atos, baseados em nossa autonomia. Somente desta forma seremos adultos responsáveis e felizes.

Roberto Streppel é Teólogo luterano, Filósofo, especialista em Eneagrama, terapeuta neurolingusta. Atende com hora marcada: 2480-9652. - E-mail: pastorroberto@rocketmail.com

O AMOR AO PRÓXIMO E A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

O amor ao próximo e a intolerância religiosa

por Roberto Streppel

Quando esteve na Terra, Jesus, filho de Deus e de Maria, nos ensinou o caminho do Pai em uma de suas ilustrativas conversas com os fariseus como nos relata o evangelista Mateus 22:

34 Os fariseus, quando souberam, que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se todos;

35 e um deles, doutor da lei, para o experimentar, interrogou-o, dizendo:

36 Mestre, qual é o grande mandamento na lei?

37 Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.

38 Este é o grande e primeiro mandamento.

39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

40 Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.

Assim, Jesus nos ensina que o caminho para Deus e para o próximo é um só: O caminho do amor, da aceitação.

Ele nos ensina a ser tolerantes com o irmão, não esquecendo que, como cristãos, pensamos diferentes, porém todos nós queremos ser salvos pelo mesmo Jesus.

Jesus nos convida a darmos as mãos e seguirmos juntos, católicos evangélicos, ajudando-nos a crescer na fé. Não é possível amar a Deus se não amamos ao irmão, à irmã. Somos mentirosos se assim o fazemos, como nos afirma o apóstolo João, quando escreve no capítulo 4 de seu evangelho:

20 Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu.

Não há condições, apenas amar.

Se nossos altares são diferentes, devemos respeitar e amar. Não podemos deixar que a mentira e a intolerância dirijam nossos passos de fé e amor.

Por isto, nosso testemunho deve ser coerente, pois estamos assim, disseminando as sementes de nossa fé, Ninguém se convencerá conosco se não formos coerentes com aquilo que pensamos e transmitimos. Há um provérbio popular que é muito instigante:

“Aquilo que tu fazes fala tão alto que eu não ouço o que dizes.”

Este provérbio é muito instrutivo pois revela que nossos gestos e atitudes são a verdadeira mensagem que transmitimos.

Quando vândalos destroem templos porque não concordam com os cultos ali realizados, estão mostrando muita intolerância, e nenhum amor.

Por que somos tão intolerantes? Por que sentimos esta necessidade de destruir aquele que é diferente de nós, que pensa diferente, que age diferente?

Nos deixamos conduzir por nossas emoções, a quem devíamos comandar, e nos tornamos irracionais, nos fechamos ao diferente e à realidade.

Em toda a sua vida, Jesus buscou a harmonia, aceitou as pessoas que vinham ao seu encontro. Toda a sua vida foi uma vida de amor ao próximo.

Porém, foi a intolerância daqueles que se sentiram ameaçados com a sua pregação que levou à sua morte na cruz.

Com quem queremos nos parecer? Com quem realmente nos parecemos? Com aquele a quem dizemos amar, de quem afirmamos ser Nosso Senhor, ou somos realmente mais parecidos com aqueles que o crucificaram?

Por que somos intolerantes com Maria, mãe de Jesus, e com aqueles que a veneram, se o próprio Deus foi quem a escolheu para nascer entre nós na forma de um singelo menino? É claro que ela não é nossa salvadora, nem nossa intercessora, nem mediadora, pois a Bíblia testemunha que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens:

Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.

Quando Martim Lutero, em 1517 provocou a reforma da Igreja Católica, ele estava querendo, como monge agostiniano, corrigir seus excessos e mostrar o único tesouro da Igreja: Jesus! Em nenhum momento ele foi intolerante e intransigente. Mas teve coragem para enfrentar seus opositores pois tinha apenas uma meta: mostrar que Jesus é o único e verdadeiro salvador para nós.

Contudo, se alguns irmãos na fé entendem que precisam de santos e da virgem Maria e mais alguns outros para auxiliarem nas suas súplicas, porque iremos ser intolerantes com eles?

O exemplo de Jesus e de outros sábios sempre foi um exemplo de humildade, o que é que muitos cristãos, católicos ou evangélicos, hoje precisam aprender a ter.

Há uma charge muito interessante de Lutero, que estaria desanimado com os rumos que a intolerância religiosa tomou nos nossos dia (Veja desenho na página ao lado).

Nenhum de nós, com nossos ritos e liturgias, detém a única e apodítica verdade. Contudo, estamos todos tateando: Qual é a melhor maneira de falar de Deus? Se tateamos, precisamos nos dar as mãos para que possamos nos ajudar mutuamente. Do contrário, cairemos num poço, todos juntos.

Nosso desafio neste milênio, é descobrir o que Jesus testemunhou no evangelho de João 10.30:

“Eu e o Pai somos um”.

Há apenas um Deus que é o criador de tudo o que vemos e o que não vemos, e todos nós O adoramos, cada qual de sua própria maneira e compreensão. Contudo, o fato de vermos a realidade assim como ela se nos apresenta nos dá a idéia de que há várias coisas que ocupam seu próprio espaço e que portanto, não há o Um, mas sim vários. Isto é só impressão, pois mesmo a física hoje nos mostra que tudo é energia. Então, não há várias coisas, apenas Um.Temos dificuldade de entender isto, pois damos muita importância àquilo que vemos e ouvimos, e nos esquecemos de que vivemos numa caixa de som e luz: Não conseguimos enxergar nem a luz infravermelha, nem a ultra violeta. Não ouvimos nada abaixo de 0,20Hz e nada acima de 20.000Hz

Estamos aqui na terra, mas não somos donos dela, apenas seus inquilinos, todos e cada um de nós, como o livro de Levíticos nos recorda: A Terra é de Deus e nós somos apenas habitantes, peregrinos.(Lv 25.23).

De nada nos serve saber versículos e recitar mantras, se não amamos. O amor é o princípio e o fim de tudo.

“E, ao final de nossa longa jornada

Chegaremos ao lugar de onde partimos,

E conheceremos, então, pela primeira vez.” T.S. Eliot.

Roberto Streppel é teólogo, filósofo, psico-pedagogo e pós-graduado em psicologia e aconselhamento pastoral. Especialista em Eneagrama e neuro-linguista. Atende com hora marcada. Tel. 75399476 -24809652 e-mail: \n

PÁSCOA- A MAIOR FESTA CRISTÃ

Páscoa: a maior festa cristã

por Carlos Roberto Streppel

Na páscoa cristã, celebra-se a condenação, morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo. Comemora-se a vitória da vida sobre a morte e a destruição.

A origem da festa

A origem da páscoa cristã encontra-se na celebração da páscoa judaica, quando os judeus celebram a libertação do jugo egípcio sob o faraó. É, portanto, uma festa de celebração do inconformismo e da revolta contra a opressão. Em outras palavras trata-se de uma festa de contestação do status quo, da busca pela liberdade e qualidade de vida. Os escravos questionando sua opressão.

A festa cristã tem também este sentido: a ressurreição é o protesto contra a morte, contra a falta de sentido em tudo o que há. A ressurreição reintegra a criação com o criador. Quer dizer: ao celebrar a Páscoa, você celebra uma antiga tradição que vem desde os primeiros agricultores, que celebravam seu trabalho, e celebra o inconformismo diante das injustiças e das atitudes que negam a vida.

Como se calcula a Páscoa

A celebração da Páscoa foi fixada pelo Concílio de Nicéia, que determinou em 325, que a data desta festa deveria ser diferente da páscoa judaica.

Assim então, a Páscoa cristã passou a ser celebrada após o equinócio de 21 de março. Equinócio é o ponto do céu onde o sol encontra-se no ponto de corte do equador celeste. Neste ponto, na terra, o dia e a noite tem duração igual.

No hemisfério norte, os antigos agricultores celebravam a festa do encerramento do inverno, e o início da primavera, com o conseqüente início da preparação para o plantio e colheita, visto que, a partir desta data, os dias se tornam cada vez mais longos, testemunhando-se também a nova vida em Cristo, que, a partir da ressurreição, atinge sua plenitude.

Com estes dados pode-se então, calcular a data da Páscoa, que é sempre marcada para o primeiro domingo após a primeira lua cheia depois do dia 21 de março.

Ao festejarmos a Páscoa, então, nos alinhamos com antigos agricultores que festejavam o fim do inverno e o início da revitalização primaveril. Celebramos a vida e a comunhão com a criação toda. A festa pascoal é, então, em sua origem uma festa vinculada a agricultura.

O Peixe e a Páscoa

Tem-se por costume que, na sexta-feira santa, quando se celebra a crucifixão de Jesus e sua morte e enterro, os celebrantes comem peixe. Qual o sentido deste gesto?

A explicação verdadeira remete ao testemunho de fé e resistência dos cristãos. Em grego a palavra Peixe é IXqUS ( lê-se: ixtys) e os primeiros cristão fizeram deste substantivo um anagrama:

I= Iesus ( Jesus)

X= Xristos ( Cristo).

q= qeos ( Deus)

U= Yuos ( filho)

S= suios ( salvador).

Os primeiros cristãos então, acordaram entre si que o peixe serviria como testemunho de fé: Jesus Cristo, Filho de Deus, é (meu) salvador.

Isto servia muito bem para poder fugir ao poder opressor dos soldados romanos, que perseguiam os cristãos: quando alguém encontrava-se com um desconhecido, como saber se esta pessoa é cristã ou não, sem correr riscos de prisão, e servir de alimento aos leões: desenhando numa superfície ou gesticulando o símbolo do peixe, como vemos acima. Se a outra pessoa fosse cristã, entenderia a mensagem. Caso não fosse, não entenderia o sentido do gesto, e todos continuariam vivos.

A mensagem que este símbolo nos passa, e que hoje muitos usam para enfeitar a traseira de seus belos automóveis é a resistência de fé e por fé em face de perseguições e morte.

O coelho e os ovos

Também na páscoa é hábito ofertar-se ovos coloridos. Lembro que, na minha infância, minha mãe confeccionou um coelho oco de papelão, coberto de algodão, onde ela punha os ovos. Eu permanecia pasmo diante daquele objeto, que ainda hoje, mais de quarenta anos após, permanece impregnado em meus neurônios, como uma feliz lembrança do amor de minha mãe.

Tanto um como o outro, ovo e coelho, remetem à fertilidade da natureza: o ovo é vida em repouso, como o coelho é extremamente fértil.

Torna-se claro, mais uma vez, a influência agrícola da festa. Com a vinda da primavera, volta a abundância da criação.

Mensagem da festa

Muito embora distantes daquela época, com a páscoa mais como uma festa comercial e agitada, podemos resgatar a mensagem central da festa:

A vida ameaçada luta contra a morte, e, apesar das aparências, vence e ressurge colorida e abundante. Agora eterna, por obra do próprio criador, que tomou as rédeas de sua criação, impedindo que a morte e a destruição dominem o mundo.

Pode dizer-se então, que a festa é uma festa de contestação e testemunho de fé e amor por este mundo. Em Jesus Cristo, Deus se fez homem e venceu as forças cósmicas que ameaçam a integridade da vida.

Comemorar a Páscoa significa dar o testemunho de que Jesus venceu a morte e, por isto, exerce o senhorio sobre este mundo. Esta é uma mensagem de esperança, inconformismo e fé.

Não é possível permanecer indiferente diante de tão forte mensagem com tantas e tão variadas tradições concentradas num só dia e numa só festa. Esta mensagem nos impele a tomar, nós também, uma atitude diante das ameaças que a vida sofre e padece.

Páscoa é revolução!

É destruição de tudo aquilo que causa morte e desertifica a vida, também em nós.

Em nossas atitudes, em nosso dia-a-dia, nossos pequenos gestos de amor e de consciência, e de cuidado por nós e nosso corpo, tornam a páscoa uma mensagem viva em nós e a partir de nós.

A todos, uma Feliz Páscoa!!

Roberto Streppel é Teólogo, Filósofo, psicopedagogo, especialista em Eneagrama, terapeuta Neuro-linguistica - atende com hora marcada - 2480-9652 - E-mail:beneagra@yahoo.com.br

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O JUDEU DE BETHESDA

O judeu de Bethesda (Artigo)

Revista Veja, Claudio de Moura Castro, em 18/6/2010

“Se livro fosse cultura, os cupins seriam os seres mais cultos do globo. Só livro lido é cultura”

Último dia de aula na escola Walt Whitman. Situada em Bethesda, um bairro intelectualmente sofisticado da região de Washington (DC), é uma das melhores dos Estados Unidos. O pimpolho volta para casa. Poderia estar sonhando com três meses de vadiagem, longe dos livros. Mas o sonho duraria pouco. Ao fim da tarde, chega o pai judeu, carregando uma sacola de livros recém-comprados. Chama o filho, esparrama os livros na mesa da sala e começa a montar o cronograma de leituras, incluindo a cobrança periódica do que terá sido lido. Ignoro quantos pais judeus passaram também nas livrarias. Mas imagino que não foram poucos.

Ilustração Atômica Studio

Ler livros, glorificar livros, eis uma tradição judaica milenar. Vem de longe e não se buscam muitas explicações científicas para ela. Não obstante, Karl Alexander, da Universidade Johns Hopkins, somando aos 39 estudos sobre o assunto, completou uma pesquisa com alunos do ensino fundamental. Concluiu que, das vantagens acadêmicas acumuladas pelos alunos mais ricos até a 9ª série, dois terços advêm de atividades de leitura mais intensas durante as férias. Segundo a Secretaria de Educação americana, as perdas dos mais pobres nas férias são “devastadoras”. Um pai judeu provavelmente diria: ora bolas, é o que sempre pensei. Mas, para a maioria das pessoas, os resultados são surpreendentes. Em matemática, foi possível comprovar que, durante as férias, os alunos esqueceram o equivalente a 2,6 meses de aula. Em outras palavras, somente 2,6 meses depois de recomeçarem as aulas os alunos atingem o nível de competência que tinham no último dia de aula da série anterior. Ou seja, férias são um horror para o aprendizado.

Trata-se de resultados valiosos para países que lutam bravamente para melhorar seu claudicante ensino. É simples, se for possível estancar a sangria do “desaprendizado” – que põe a perder 2,6 meses de estudos -, os ganhos serão enormes. Da ordem de 25%? Que outras intervenções seriam tão poderosas?
Tais ideias abrem caminho para muitas linhas de atividade. Pais interessados e comprometidos com a educação dos seus filhos podem fazer o mesmo que os judeus de Bethesda. Mas, vamos nos lembrar, se livro fosse cultura, os cupins seriam os seres mais cultos do globo. Só livro lido é cultura. Portanto, cobranças sem dó nem piedade. Mas seria só empurrar livros e mais livros goela abaixo dos filhos? Jamais! É preciso desenvolver o prazer da leitura, e o bom exemplo é essencial. À força, pode sair o tiro pela culatra.

Que livros? Não adianta comprar Hegel, Spinoza ou Camões, se as leituras favoritas ainda não passaram muito da Turma da Mônica. É fracasso garantido. Os livros devem andar muito próximo do interesse e da capacidade de compreensão dos leitores, sempre puxando um pouco para cima.

Desviando parcialmente do assunto, quero sugerir aos pais que façam manifestações, que acampem em frente à casa dos prefeitos, até que se mude uma situação vergonhosa. Uma pesquisa recente com as bibliotecas públicas brasileiras pôs a descoberto que (além de fecharem às 6 da tarde) apenas 20% delas abrem aos sábados e só 1% aos domingos. Como é possível que, nas horas e dias de folga das escolas, as bibliotecas permaneçam fechadas? No caso das leituras de férias, são os únicos dias em que muitos pais poderiam ir à biblioteca para escolher livros com os filhos.

Para aqueles que cuidam da educação como ofício, as implicações da pesquisa da Johns Hopkins não são menos revolucionárias. Mostram ser preciso fazer alguma coisa, somente para conseguir não andar para trás nas férias. Por exemplo, programas públicos de leitura. Não são programas caros nem complicados, basta criar monitorias para garantir que as leituras sejam feitas.

Em um nível mais ambicioso, sobretudo para alunos mais vulneráveis, poderiam ser criados cursos de férias. Não se trata de fazer a mesma coisa que no período letivo, pois seria repetir um ensino aborrecido e pouco produtivo. Precisamos de projetos intelectualmente desafiadores, atividades que estimulem os miolos, jogos e muitas outras coisas. O que precisa ser aprendido não é muito diferente, mas viria vestido com roupas mais alegres. E, como sabemos que cabeça vazia é oficina do diabo, essas atividades podem até mesmo ter outras consequências benéficas, por evitar rumos pouco recomendáveis em que se deságuam as amplas energias desses jovens.

Claudio de Moura Castro é economista